As infecções de sítio cirúrgico (ISC) representam um problema de saúde pública significativo, afetando cerca de 1 em cada 20 pacientes submetidos a cirurgia. As ISCs podem prolongar a hospitalização, aumentar os custos com o tratamento e, em casos graves, levar à morte.
Índice de Infecção em Feridas Cirúrgicas
A taxa de ISC varia de acordo com o tipo de cirurgia, a comorbidade do paciente e as práticas de controle de infecção no hospital. No entanto, estudos demonstram que a taxa média de ISC no Brasil gira em torno de 7,6%.
Fatores de Risco Relacionados às Coberturas
As coberturas de feridas desempenham um papel crucial na prevenção de ISCs. No entanto, a escolha inadequada ou o uso incorreto das coberturas podem aumentar o risco de infecção.
1. Trocas Frequentes de Coberturas:
A troca frequente de coberturas expõe a ferida ao ambiente externo, aumentando o risco de contaminação por microrganismos. Estudos sugerem que a troca de coberturas a cada 7 dias é ideal, desde que não haja sinais de infecção ou exsudato excessivo.
2. Gerenciamento Ineficaz do Exsudato:
O exsudato da ferida contém material originário de microrganismos contaminantes. Se não for gerenciado de forma eficaz, o exsudato pode gerar um ambiente úmido e propício à proliferação bacteriana, aumentando o risco de infecção.
3. Danos à Pele Periférica à Ferida:
As fitas adesivas utilizadas para fixar coberturas tradicionais podem causar danos à pele a redor da ferida, gerando bolhas. O rompimento das bolhas aumenta o risco de infecção.
Prevenindo a Infecção de Feridas Cirúrgicas
A adoção de medidas preventivas é fundamental para reduzir o risco de ISCs. As estratégias a seguir podem ser eficazes:
1. Minimizando a Frequência de Troca de Coberturas:
Manter as coberturas na ferida por pelo menos 7 dias, a menos que haja sinais de infecção ou exsudato excessivo, reduz a exposição da ferida ao ambiente externo e, consequentemente, o risco de contaminação.
2. Escolhendo a Cobertura Ideal:
A cobertura ideal da ferida deve:
Manter um ambiente úmido e favorável à cicatrização: A umidade adequada é essencial para o processo de cicatrização. As coberturas modernas, como os filmes transparentes, proporcionam um ambiente úmido sem macerar a pele.
Gerenciar o exsudato de forma eficaz: A cobertura deve absorver o exsudato sem reter a umidade, evitando o acúmulo de líquido na ferida que pode favorecer a proliferação bacteriana.
Adherir suavemente à pele ao redor da ferida e não à própria ferida: Isso evita danos à pele e facilita a remoção da cobertura sem dor.
Ser fácil de aplicar e remover: A aplicação e a remoção da cobertura devem ser simples e rápidas para minimizar o trauma à ferida.
Ser flexível: A flexibilidade da cobertura permite que ela se adapte aos contornos da ferida, proporcionando maior conforto ao paciente.
3. Treinamento Adequado da Equipe de Saúde:
A equipe de saúde deve estar treinada para:
Selecionar a cobertura ideal para cada tipo de ferida: A escolha da cobertura correta depende das características da ferida, como o nível de exsudato, o tamanho e a localização.
Aplicar e remover as coberturas de forma correta: A técnica correta de aplicação e remoção da cobertura é fundamental para evitar danos à ferida e à pele ao redor.
Monitorar as feridas regularmente: A inspeção frequente das feridas permite a identificação precoce de sinais de infecção, como vermelhidão, dor, inchaço, calor e secreção purulenta.
A prevenção de ISCs é um compromisso multidisciplinar que envolve toda a equipe de saúde. A escolha adequada das coberturas de feridas, combinada com práticas de controle de infecção rigorosas, pode contribuir significativamente para reduzir o risco de complicações e melhorar o desfecho dos pacientes.
A escolha da cobertura ideal da ferida deve ser feita em conjunto com o médico ou enfermeiro responsável pelo cuidado do paciente.
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